sábado, 13 de dezembro de 2008

Quando a janela azul fechar

Sem saber o que falar, tento buscar no silêncio palavras de consolo que possam esconder a saudade e a vontade de ter teu carinho. A noite, embriagada de tanta noite, me faz procurar nas nuvens figuras que possam fazer o tempo passar mais depressa. A cor rosada do céu de nenhum brilho parece esfriar meu corpo que se encolhe imaginando tuas mãos brincando com meus cabelos enquanto te conto piadas bobas te arrancando sorrisos que divertem o escuro.
Lembro de tuas unhas e da sujeira que mantinha debaixo delas. Lembro de teus dedos delicados e poderia até desenhar as tuas digitais. Lembro que os dias passam e o verão se aproxima. No verão as pessoas ficam mais excitantes. Seus sexos suam mais liberando odores que em mim ativam o falo. O suor dos corpos é mais seboso. Os corpos são mais sebosos. Mas o teu não. O teu parece ter sempre o frescor de noites frias de outono. A tua pele macia, sempre tão fria, me arranca cala frios cada vez que me diz safadezas no ouvido. Que tesão meu bem.
A imaginação me pune e percebo que a janela azul permanece aberta. Uma taça de vinho me consola. Esse gosto seco de vida invade meu corpo numa contínua tentativa de tentar me drogar. A fumaça do cigarro esquecida ao lado parece dissipar as nuvens rosadas tentando me mostrar que os pontinhos brilhantes continuam lá. A noite persiste em existir. O tempo. A distância.
Percebo que tudo continuará igual. Que você ainda está aí. Você está bem meu bem? Será que está com outro alguém? Talvez esteja pensando em mim também. Ou, talvez, esteja apenas dormindo. Eu continuo aqui. O frio também.