quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Assim como Maiane

Hoje pela terceira vez me sinto um adolescente da década de 90. Trancado no quarto com discos de vinil pendurados na parede, acendo um cigarro escondido para aliviar a euforia depois de ter me masturbado enquanto escutava Renato Russo cantar as misérias do mundo. Escrevo em meu caderno como se fosse um diário, já que não tenho com quem conversar. Hoje, todos estão chatos. O celular não toca.
Não sei bem o que escrever aqui. Não me sinto muito bem. Ele, o dia, não começou da maneira que parecia começar. Fui o segundo a chegar à sala de aula, atrás apenas de Maiane. Mas é impossível chegar antes de Maiane. Maiane é sempre a primeira a chegar. Para falar a verdade, nunca ninguém chegou antes de Maiane. Nem mesmo os professores chegam antes de Maiane. Maiane é realmente demais! Porque estou falando de Maiane mesmo? Será que estou apaixonado por Maiane? Nãaaao! Ah! Lembrei. Por ser o segundo a chegar à sala, depois de Maiane, ganhei um presente do professor. Sentei até na frente, prestei atenção no que ele dizia e até participei da aula. Sentia-me vitorioso. Era como se estivesse voltando à época de aluno exemplar, assim como Maiane.
O celular tocou desviando a atenção de todos em minha direção. Olhei para ver quem era ao mesmo tempo em que levantava pra sair da sala, com as bochechas e orelhas vermelhas por ter atrapalhado a aula, por ter atrapalhado Maiane.
O nome do parasita que aparecia na tela do celular me roubava um sorriso e sua voz fazia-me acalmar as bochechas e esfriar as orelhas.
Logo tudo mudava e o que era sorriso virava decepção. A alegria dava lugar ao incômodo. A ressaca das várias cervejas do dia anterior parecia chegar cm toda força.
Voltava pra sala, mas ela não era mais a mesma coisa, apesar de Maiane ainda estar nela e acompanhar com a cabeça os movimentos do professor. Não consegui ficar por muito tempo.
Minha casa parecia mais ser mais acolhedora e menos cruel. Só queria dormir, dormir, dormir e acordar pra dormir novamente.
As duas tentativas de falar com o parasita não me deram nenhuma resposta. Agora Astrude chegou. Agora eu vou beber novamente. Encher a cara mesmo, como se estivesse dando força à minha dor. Talvez até me torne um parasita. Talvez até encontre Maiane.

4 comentários:

Anônimo disse...

ahahahaha.. Maiane realmente é exemplar.!
Quando crescer vou ser igual a ela..! :)
Amei o texto Tedinho.!
:) Fiquei presa nele até o final!!
TOh tão sem inspiração esses tempos.!!


aH...Sérgio Mattos parou de dá livro ao 1º que chega na sala pq senão Maiane ia fazer uma biblioteca com os livros dele..rs

Beijão.!

Daiane Dória disse...

adorei o texto viu Ted.
ah e blog em si tb.

bj

Ted Sampaio disse...

Maiane é realmente um exemplo a seguir Betinha. Tento de toda forma ter a mesma força de vontade e paciência que ela tem, mas acho que esse estilo não combina tanto comigo.

Valeu Daiane.
Convidada pra voltar sempre que não tiver nada de interessante pra fazer na net. hahahaha

Experiência Diluída disse...

Adorei o texto Ted, muito engraçado por sinal, realmente fiquei presa até o fim. É impossivel mantar concetração como Maiane, mas a gente tenta...hehhehe

Beijos